Como cuidar das disfunções sexuais
Sexóloga aponta os principais problemas sexuais masculino e feminino e suas causas. Veja também como os florais são importantes para tratar das questões emocionais
De acordo com a sexóloga Maria Cristina Romualdo Galati, as disfunções sexuais femininas mais comuns são a inibição do desejo (desejo sexual hipoativo) que ocorre quando a mulher tem pouco ou nenhum desejo sexual – tanto de ter relação quanto de se masturbar ou de ter fantasias sexuais.
“Outra questão é a dificuldade de se excitar que é diferente de não ter desejo. Apesar de ter vontade, a mulher não consegue sentir prazer, se estimular o que dificulta ou impede o orgasmo”, explica Maria Cristina. A dispareunia, que é a dor ou desconforto durante a penetração, e o vaginismo, ou seja, a incapacidade parcial ou total de penetração vaginal por contração involuntária da musculatura vaginal, também fazem parte dos problemas enfrentados.
“E também a anorgasmia, quando não se consegue atingir o orgasmo na relação sexual ou na masturbação, ou em ambas as situações”.
A sexóloga, doutoranda que irá apresentar a tese de doutorado Funcionamento e Satisfação Sexual de Casais Heterossexuais, na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) diz que as causas dessas disfunções são multifatoriais. “Primeiramente, deve se descartar as orgânicas, tais como doenças, como câncer, diabetes e depressão e uso de medicamentos ou drogas ilícitas. Além disso, diferentes fases do ciclo reprodutivo – como infertilidade, menopausa e gravidez – podem ter impacto negativo sobre a resposta sexual”, avisa. “Com relação às prováveis causas psicológicas estão o abuso sexual, medo de gravidez ou de doenças transmissíveis, falsas crenças – como a que diz que sexo é algo ruim e errado – e mitos e tabus associados à sexualidade – ‘ter prazer é algo que leva ao vício’, ‘se gostar de sexo não irei me controlar’.”
Maria Cristina explica também que expectativas irreais como quem acredita que precisa ter orgasmo em todas as relações sexuais ou ter orgasmo ao mesmo tempo que o parceiro/parceira também atrapalham. “E a cobrança de determinado desempenho e dificuldades de relacionamento, como, por exemplo, dar prazer a parceira sempre, ser o melhor amante de qualquer parceira, ter orgasmos múltiplos, e, até mesmo um ambiente pouco privativo, rotineiro, sem condições adequadas podem, em longo prazo, gerar dificuldades sexuais entre os casais. Ter vergonha do próprio corpo por se considerar muito magra (o) ou gorda (o) e das próprias fantasias sexuais estão entre os fatores que impedem o prazer sexual.
A sexóloga, que também é psicóloga e psicodramatista, diz que as disfunções masculinas que mais se destacam se referem à disfunção erétil (a chamada impotência, quando o homem não consegue ter ou manter a ereção) e a ejaculação precoce. “Ele não tem controle sobre a ejaculação. Ejacula antes do desejado ou tem a ejaculação retardada, que é quando demora muito para gozar. A anorgasmia e a inibição do desejo ou desejo sexual hipoativo também acomete os homens.”
Maria Cristina diz que as causas desses problemas sexuais masculinos também são variadas, mas algumas se destacam. Entre elas, estão o grande peso quanto ao desempenho sexual. “Culturalmente, espera-se que o homem seja ‘bom de cama’, sempre levando sua parceira ao orgasmo. Isso pode gerar ansiedade, a chamada ansiedade de desempenho, e tal reação pode levar à dificuldade de ereção, descontrole ejaculatório e, a longo prazo, à inibição do desejo sexual. Se ele não consegue ter ereções pode ficar frustrado, receoso e poderá, inclusive, se desinteressar pelo sexo”, conta.
“Em função dessa cobrança, muitas vezes, eles não dedicam atenção ao seu próprio prazer, fato este que também pode contribuir para o surgimento de disfunções. Muitos homens são focados apenas na penetração, esquecendo-se que todo seu corpo pode lhe gerar prazer. São poucos os homens que curtem o processo de excitação, para muitos, basta terem uma ereção para penetração e o foco passa a ser a ejaculação que, apesar de ser prazerosa, é apenas uma das etapas da resposta sexual. A carícia, o beijo, o abraço, o toque, o sexo oral, a masturbação, enfim, todas essas formas de estímulo sexual, é perdida.”
Segundo Maria Cristina, não dá para dizer o que fazer com cada disfunção, pois é preciso identificar o que causa tal transtorno e, a partir do diagnóstico, propor o tratamento mais adequado. “Segundo Helen Kaplan, uma renomada sexóloga, as causas das disfunções podem ser imediatas, quando, por exemplo, há um ambiente inadequado, como o quarto do casal ser dividido com o(s) filho(s). Nesse caso, o tratamento seria muito mais uma orientação do que propriamente uma terapia.
Outra é a adquiridas, por exemplo, uma mulher que sofreu abuso sexual, antes de se tratar a disfunção, deveria ser tratado o abuso sofrido. As diádicas, que dizem respeito aos problemas ou conflitos relacionais. Nesse caso, muito provavelmente a terapia de casal é muito bem-vinda. E as profundas, ou seja, traumas vividos na infância ou durante a formação da sexualidade com pais muito repressores ou com crenças religiosas rígidas, por exemplo. Nesse caso, provavelmente, a psicoterapia seria importante antes de se abordar a questão sexual. Todas essas causas são válidas para homens e mulheres.”
A sexóloga diz ainda que o mais importante no tratamento da sexualidade é permitir que a pessoa se conheça e se aceite.
“Isso se dá no processo da terapia e do autoconhecimento. O que cada um irá descobrir de si mesmo, depende necessariamente de cada um, não é possível generalizar. Podemos ter um foco muito mais educacional do que terapêutico, dependendo das dificuldades que cada um traz”, conclui ela.
Florais de Bach auxiliam homens e mulheres no tratamento emocional das disfunções sexuais
Star of Bethlehem: o Dr. Bach criou esse floral para curar os traumas advindos, por exemplo, de abusos sexuais e relações que geraram dores profundas.
Mimulus: Trata dos medos conhecidos, como o medo de engravidar e de ter doenças sexualmente transmissíveis.
Impatiens: Traz tranquilidade para seguir com o fluxo das experiências. Importante para quem sofre com ansiedade que pode levar homens a ter dificuldade de ter ou manter uma ereção ou para as mulheres que não têm paciência para se abrir ao estímulo sexual.
Walnut: Importante essência para os momentos de mudanças, de adaptações, de início de novos ciclos e experiências, como a gravidez e a chegada da menopausa.
Rock Water: Resgata a fluidez aliviando a autocrítica e a rigidez excessiva, como a crença que diz ‘não posso falhar’.
Wild Rose: Para apatia, quando se perdeu o interesse pela vida ou mesmo pelo sexo.
Crab Apple: Para os casos de baixa autoestima, quando há pensamentos do tipo: não gosto do meu corpo, da minha barriga, minhas pernas são muito finas…
Larch: Essência que traz autoconfiança e estimula o olhar com carinho e respeito para o próprio corpo.
Pine: Floral que alivia a culpa, tira as vergonhas e autopunições.
Oak: Traz harmonia para quem se impõe exigências e perfeccionismo exagerados. Ajuda homens e mulheres a não criar expectativas exageradas com relação à performance sexual.
Maria Cristina Romualdo Galati é psicóloga, psicodramatista e sexóloga. Autora de Masturbação (ed. Expressão e Arte) e co autora de Sexualidade na Família (ed. Expressão e Arte) e Psicodrama com Casais (ed. Ágora).Contato de divulgação: (11) 3885-2843/3885-9333