Os florais de Bach e a autoestima
Como os florais de Bach podem contribuir para alimentar a autocompaixão e o amor próprio?
Autocompaixão e autoestima são dois lados da mesma moeda. Por que, normalmente, somos capazes de ter sentimentos de compaixão com o outro, mas nos penalizamos e alimentamos culpas que comprometem nossa autoimagem e nos distanciam de uma relação saudável com a nossa autoestima?
Comecemos com a autocompaixão, já que o amor-próprio é sua decorrente. É raro ouvirmos falar nela, pois mais comum é se falar de sua irmã, a compaixão. Isso porque é mais fácil se preocupar com os outros que consigo próprio. Essa, a compaixão, é definida nos ensinamentos clássicos da tradição budista como “o coração que treme diante do sofrimento”.
Segundo Neliana Figlie, psicóloga e consultora em Entrevista Motivacional, esse sentimento se trata “da qualidade mais nobre do coração humano”, incluindo a bondade, empatia, coragem, aceitação, equanimidade; sentir o que o outro sente, colocando-se no lugar dele. No budismo, a compaixão é “o desejo de que todos estejam livres do sofrimento”, não se bastando ao desejo, como também a ação para que isso aconteça. Segundo o Dalai Lama, se alguém fala muito em compaixão, mas não a pratica ou age, especialmente em relação aos que mais necessitam, a palavra é apenas teórica.
A autocompaixão, por sua vez, se relaciona com o olhar que se tem para com o próprio sofrimento. Para se ter compaixão consigo mesmo, é absolutamente necessário reconhecer e aceitar as experiências que a vida traz, por mais dolorosas que sejam, sem ignorá-las ou exagerá-las.
A autocrítica exacerbada, o excesso de cobrança em relação às atitudes pessoais, a dificuldade de aceitar os próprios erros, o que leva à não aceitação do erro dos outros, tudo isso demonstra a falta de autocompaixão para consigo. Pensando na autocrítica, que é muito necessária, ela seria a capacidade de tratar a si próprio com a mesma gentileza que teria com alguém próximo. Com ela, se busca sempre melhorar, mas se exagerada pode levar a uma baixa autoestima e até à depressão.
O floral de Bach Rock Water: mais fluidez e aceitação
Como se pode, então, aceitar a si, se perceber e se ajudar a partir da autocompaixão e assim poder fazer o mesmo para com o outro? O Dr. Edward Bach, médico inglês que descobriu os florais de Bach, desenvolveu um floral maravilhoso para ajudar as pessoas a serem mais flexíveis, menos autoexigentes e mais amorosas e compassivas para consigo mesmas, ajudando-as a se abrir para a verdadeira compaixão.
Rock Water, o floral da água de fonte, vem para desmanchar a rigidez interna, como a água que rompe as muitas camadas do solo e vai se purificando até brotar na superfície da terra e deslizar. A missão de Rock Water é levar fluidez para o mundo, através dos rios e regatos.
Assim o floral atua em cada pessoa, penetrando nas suas crenças cristalizadas, nos conceitos severos de como se deve ser, o que lhes tira a liberdade de ser o que quiserem. Com sua fluidez, o floral penetra em cada cantinho do ser, não deixando pedra sobre pedra; os velhos conceitos caem como um castelo de cartas.
Essa essência é como a luz da consciência incidindo sobre os pensamentos e as ações mal qualificadas, desmanchando e, ao mesmo tempo, reestruturando em novas bases mais flexíveis, amorosas e autocompassivas.
Um outro aspecto da dificuldade com a autocompaixão é a culpa. Ela é uma trava que faz sofrer e dificulta a vida, impedindo o ser de desenvolver seus potenciais por não se sentir merecedor. Além disso, ela alimenta a necessidade de punição (se não dos outros, de si mesmo), impedindo a pessoa de alcançar seus objetivos, na maioria das vezes através da autossabotagem.
A culpa que aprisiona
A culpa pode vir da infância, de uma educação rígida dos pais ou da escola. Do mesmo modo, sua origem pode ser recente, ou até de outras vidas. Mas, de qualquer maneira, ela tem que ser encarada e trabalhada para que a vida possa fluir. A culpa, em geral se desenvolve no tempo, como um grilo falante, sempre dizendo que não se pode ou merece conquistar o que se quer.
E para alegria de quem busca, mais um floral de Bach pode trazer uma transformação nesse estado, tirando da tristeza e da menos valia esse ser. Como consequência, acontece o reconhecimento de sua força e dos seus potenciais e dons, que podem trazer tanto benefício a si, como ao mundo.
Esse floral é o Pine, a flor do pinheiro, que vai atuar nos pulmões, sede da tristeza e através da respiração ampla, trazer esse ser de volta à vida. Julian Barnard, em seu livro Remédios Florais de Bach Forma e Função, traz o ponto de vista de alguns autores sobre o tema:
- Philip Chancellor foca na autocondenação, em que as pessoas se sentem mal consigo mesmas e descontentes com seus esforços.
- Já a alemã Mechthild Scheffer diz que o estado Pine vem de conceitos morais excessivos e dogmáticos, e de mandamentos poderosos.
- Para os americanos Richard Katz e Patricia Kaminski, a pessoa sente uma culpa desproporcional. Talvez esse sentimento venha da infância, onde aprendeu a interiorizar a culpa pela disfunção do sistema familiar, ou formação religiosa que enfatiza mais o pecado e o erro, que a graça e a salvação.
De qualquer maneira, o floral de Bach Pine vai desbloquear e liberar o amor por si próprio, preso nos acontecimentos do passado. Dessa forma, a pessoa desenvolve a autocompaixão, podendo viver a vida com mais alegria e propósito, sabendo que pode ser feliz e conquistar seus objetivos.
E onde fica o amor-próprio?
Ele deriva claramente da autocompaixão. Como se pode ter amor-próprio se o amor para consigo mesmo é tão difícil? Deve-se apreciar a própria beleza interior, que vem do reconhecimento e aceitação das qualidades, defeitos, sucessos e fracassos que fazem parte da vida de todo ser humano. De honrar todas as nossas experiências e aprendizados.
O amor-próprio está diretamente relacionado com a autoestima, a autovalorização, ao autocuidado tantas vezes esquecido por não se dar o tempo necessário para se poder olhar para si. Fazer as escolhas que se acredita estar de acordo com o que se pensa e o que verdadeiramente se quer. Buscar o autoconhecimento e, com ele, a compreensão do propósito e da missão a que se foi destinado.
Muitos são os florais de Bach que podem ajudar a alcançar esse estado de autocompaixão e amor-próprio. Cada ser tem sua própria história que é diferente de qualquer outra, por isso a terapia floral é individualizada.
A busca da compreensão de como anda sua autocompaixão, e como isso está interferindo na conquista e manutenção de seu amor-próprio através dos florais, abre um portal para uma jornada maravilhosa de transformação e autoconhecimento. Para Dr. Bach, os florais vieram para minorar o sofrimento humano, em uma proposta de profunda compaixão.
Lizete de Paula é terapeuta floral e facilitadora da formação internacional Aprenda a Usar os Florais de Bach Healingherbs.