Formação de homeopatia popular

Este mês, a coordenadora do Projeto Beth Bruno, irmã Marialva da Costa, concluiu o II Módulo de Formação em Homeopatia Popular com os agentes de saúde do Projeto Beth Bruno.

São 65 pessoas, de diferentes localidades no Pará, que se dividiram em três grupos para facilitar a presença de todos, devido à distância. Oriximiná, Alenquer, Vila Franca e Guajará (todas elas comunidades indígenas) e Nova Vista e Itaituba fizeram o curso em Santarém. Em Placas, se reuniram os agentes de Itaituba, Medicilândia, Altamira, Trairão e Rurópolis. Já em Monte Alegre, os participantes eram todos locais.

“Nesse segundo módulo, aprofundamos o primeiro porque eu trabalho com uma didática que visa eles terem um profundo conhecimento do caminho para compreender a homeopatia. Estudamos a homeopatia e também falamos das doenças, dos cuidados, trabalhamos muito a interação em grupo, a educação social e como podemos ajudar as pessoas. Algo que é bem próprio do Projeto Beth Bruno e da Associação Brasileira de Homeopatia Popular (ABHP), ou seja, ajudá-los a tomar cada vez mais consciência do cuidado com as pessoas e com o meio ambiente. E a homeopatia entra como um instrumento muito importante porque ela é dinâmica e nos conduz para esse processo”, explica Marialva, que é presidente da ABPH e há 30 anos trabalha com homeopatia popular.

De acordo com a coordenadora, quem trabalha com a homeopatia aprende a escuta. “E uma escuta bem-feita te leva a uma indicação bem-feita. Essa regra vale também para a terapia floral. Isso é muito importante e eles já estão compreendendo isso”, diz ela. Sobre essa questão, Marialva reforçou com os agentes a diferença entre o tratamento alopático e o homeopático.

“Se eu chego numa farmácia e digo que estou com dor na coluna, o farmacêutico traz um determinado anti-inflamatório ou um relaxante muscular. No atendimento com homeopatia, perguntamos: ‘Mas como é essa dor? Como você está sentindo’. É bem mais profundo”, compara.

Marialva ressaltou também com os agentes as diferenças entre o curar na homeopatia e na alopatia. “Na alopatia, um determinado medicamento cura tal doença. Na homeopatia, assim como na terapia floral, fazemos o tratamento da pessoa que se encontra doente para descobrir a homeopatia mais parecida com ele, para equilibrar suas energias e não para curar uma doença. O exemplo que eu dei a eles foi o meu próprio, pois eu estava gripada durante o curso em Santarém. ‘A irmã Marialva não está doente porque está com um estado gripal. A Irmã Marialva está com gripe porque está doente, porque está desequilibrada, porque está com as energias abaladas, está cansada, e isso gerou a gripe’. E aí temos que encontrar uma homeopatia a mais semelhante possível. E isso é difícil, por isso trabalhamos muito a relação entre pessoas.

Esse é um dos motivos que leva a coordenadora a promover grande ênfase nas questões de espiritualidade e mística na formação.

“Eu trabalho com a ideia de que o grupo precisa se equilibrar, por isso eu trabalho muito o círculo, as rodas, de mãos dadas… Quando o grupo dá as mãos, é possível sentir a energia um do outro passando. Quando evocamos os problemas que cada um tem, os problemas da comunidade, assumimos a dificuldade que o outro está vivendo no momento. Insisto também na importância de se se cuidarem porque primeiro precisamos estar bem para depois ter condições de ajudar o outro”, explica ela.

A coordenadora falou também sobre o valor da água limpa, da alimentação que prioriza os alimentos sem agrotóxicos e do recurso da homeopatia no meio ambiente e nos animais (o Projeto Beth Bruno apoia também os cursos de formação em homeopatia no solo).

“Para mim, a homeopatia é uma ferramenta muito importante na vida de todo mundo e uma das coisas lindas que está acontecendo aqui na nossa região é que nós estamos fazendo um trabalho de aprofundamento de homeopatia na agricultura. A gente trata o proprietário, a pessoa, os animais, a propriedade, … A homeopatia é para equilibrar qualquer pessoa, tanto da classe mais ou menos favorecida. Em se tratando de preço, ela é muito barata porque um vidrinho de homeopatia custa muito pouco pelo valor que tem.”

A coordenadora diz que o próximo módulo será feito nos próprios grupos, nas comunidades onde atuam. “Porque eu quero verificar o local, discutir algumas questões mais internas e aprofundar com eles todas as questões, tirar as dúvidas, como utilizar o material, o que está faltando, … Isso está previsto para novembro. Já o quarto módulo, nós queremos fazer no ano que vem, unindo os três grupos em Santarém para se conhecerem, trocar ideias e promover debates”, conta a coordenadora.

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