Assim como a natureza, a vida tem suas estações e cada qual requer cuidados direcionados para os desafios de cada momento. Na velhice, quando o organismo está mais enfraquecido e vulnerável devido à passagem do tempo, a busca por saúde e bem-estar passa pela combinação de variados recursos, entre eles, a aromaterapia.

Os óleos essenciais podem auxiliar os idosos de diferentes formas, trazendo bem-estar físico e emocional. Mas é importante lembrarmos que não se trata de um medicamento e, sim, de um suporte que necessita de acompanhamento profissional, uma vez que não existe indicação generalizada. Dessa forma, cada caso será único e todo o tratamento será individualizado.

“A aromaterapia como um todo, através dos óleos essenciais da aromaterapia tradicional, assim como da aromaterapia vibracional, são práticas integrativas que trazem uma abordagem holística para cuidados de prevenção, manutenção e recuperação da saúde integral”, esclarece a psicoaromaterapeuta Sandra Spiri.  

Conheça os quatro pilares da aromaterapia.

Suporte complementar valioso

Este auxílio se mostra eficaz tanto em situações corriqueiras e pontuais do dia a dia, como em tratamentos de médio a longo prazo. “Ele nunca substitui o acompanhamento médico, mas atua como um complemento valioso que, muitas vezes, colabora para a redução do tempo de restauração da saúde”, reforça Sandra.

Os idosos costumam ser taxados de queixosos, levando suas lamúrias, bem como suas dores por onde quer que vão. Mas essas dificuldades são reais, na maioria das vezes, e devem ser acolhidas pela família e por cuidadores com o máximo de paciência e compaixão. Afinal, se tudo der certo, todos nós envelheceremos um dia.

As queixas principais de pacientes na terceira idade estão relacionadas à fragilidade natural que pode provocar algum tipo de dor, com destaque para as articulações, que restringem os movimentos. Depois vem a insônia ou sono não reparador, além das aflições que abalam o emocional, como solidão, ausência de companhia, falta de vitalidade, medos, inseguranças, bem como falta de memória e medo de morrer.

Aplicação, frequência e restrições

A princípio, a forma mais comum de utilizar aromaterapia nessa fase da vida é através de um creme, que, de quebra, cumpre o papel de hidratar a pele sensível dos mais velhos, evitando o ressecamento e a hipersensibilidade.

 “Os sprays também são bem adequados, pois atuam no ambiente, proporcionando a melhoria do ar que se respira ao mesmo tempo que cuida de forma individual das necessidades da pessoa”, complementa Sandra.

Ela explica que a frequência de uso é diária e que o aromaterapeuta deve fazer a orientação conforme o caso para determinar o período mais adequado. Considerando uma semana, quinze dias, um mês ou até mais. Normalmente a aplicação 2 x ao dia é o padrão.  Quanto à dosagem, esta deve ser rigorosamente cuidadosa, sempre respeitando o limite de segurança entre 0.5% e, no máximo, 1% de óleos essenciais totais na sinergia. Além disso, a escolha deles deve se restringir a óleos que não tenham contraindicações e interações medicamentosas em cada caso em especial.

“Geralmente nota-se um bem-estar logo de imediato nos primeiros dias de uso. Quanto à duração, também depende do caso. Mas, como ela é uma terapia preventiva e também de manutenção, pode ser utilizada por tempo indeterminado, desde que haja orientação profissional”, ela pondera.

A revolução da longevidade

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050. Isso representará um quinto da população mundial. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil, em 2016, tinha a quinta maior população idosa do mundo; em 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos.

“Uma pesquisa realizada em 2016 pela professora Maria Fernanda Costa, da Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais, apontou que um em cada três idosos brasileiros apresenta alguma limitação funcional. Desse grupo, 80% — cerca de 6,5 milhões de indivíduos — recebem ajuda de familiares para realizar alguma atividade do cotidiano, como fazer compras ou se vestir, mas 360 mil não podem contar com o apoio dos parentes”, informa Sandra.

A longevidade é uma realidade que, por um lado, nos concede mais tempo de vida e, portanto, novas oportunidades de crescimento, por outro, impacta tremendamente a vida em família e em sociedade. Por isso, é preciso tratar o tema com a devida seriedade e carinho.

“É urgente que programas de governo voltem seu olhar para essa realidade, assim como as terapias complementares ocupem seu espaço como grandes colaboradoras para a melhoria do bem-estar desses indivíduos que são tão importantes em nossas vidas”;

Defende a psicoaromaterapeuta.

Saber viver é uma arte e, como tal, deveria ser ensinada desde cedo. Especialmente se vamos viver três décadas mais do que nossos avós, já que a expectativa de vida no Brasil atualmente é de 76, 8 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Eu vejo como uma necessidade urgente de se preparar o indivíduo desde criança para viver mais e melhor. Como sempre, o direito e o dever de viver bem ou não sempre será responsabilidade de cada um. Aprender a ter consciência que o bem-estar e a qualidade de vida dependem também de nós e não de outros somente é o que irá gerar um mundo melhor e mais saudável”;

Defende a especialista.

Por isso, ela advoga, é crucial despertar o interesse na criança e no jovem para cuidar de seu corpo, que é sagrado, visando uma vida plena de saúde diferente talvez do que eles possam estar vendo hoje em suas famílias. É aquela história que repetimos à exaustão: educação e saúde precisam andar de mãos dadas.

“O que temos hoje é uma necessidade urgente de cuidar desses que estão aqui ainda ao nosso lado e que não tiveram, talvez, a oportunidade de planejar ou ter as condições de uma velhice digna. As terapias integrativas têm um papel fundamental nessa contribuição e trazem um potencial incrível e infinito de possibilidades para auxiliar as pessoas dessa fase de vida e nas outras também, estimulando a prevenção e a manutenção da saúde e da qualidade de vida”;

Arremata Sandra.

Atenção: Aromaterapia não é perfumaria

Abaixo, alguns óleos essenciais que são bem conhecidos e que devem ser estudados antes de qualquer prática aromaterápica:

Alecrim – Rosmarinus officinalis – pode elevar a pressão arterial e considerando ainda que há vários quimiotipos

Canela – Cinnamomum verum e Cinnamomum cassia eleva a pressão arterial e pode afetar as peles sensíveis.

Ylang Ylang – Cananga odorata age como um hipotensor e, por isso, merece total atenção em seu uso e concentração.

Lemongrass também conhecido como Capim limão – Cymbopogon citratus deve ter seus cuidados ao ser utilizado em pessoas com glaucoma, pois ativa a circulação.

É importante estudar todos os óleos essenciais e selecioná-los cuidadosamente considerando sua composição química antes de qualquer indicação de uso.

Confira cinco óleos essenciais que tratam questões corriqueiras manifestadas em pessoas mais velhas.

Lavanda – Lavandula officinalis – traz calma, equilíbrio, restabelece a leveza da alma, relaxa as tensões.

Bergamota – Citrus bergamia – um grande auxiliar nos estados depressivos. Devolve o bom humor e estimula o centro da vontade de viver.

Vetiver – Vetiveria zizanioides – traz segurança tanto emocional quanto física. Age como um tapete protetor que dá firmeza aos passos.

Olibano – Boswellia carterii – resgata a espiritualidade. Devolve preenchimento, sensação de proteção e segura espiritual. É uma força masculina ao lado (paterna).

Manjerona – Oreganum majorana – É a força materna tão necessária. Traz paz ao coração que sofre a dor da saudade, da ausência, da solidão. Acolhe e conforta.

Confira cinco formas de usar óleos essenciais.

Sinergias, cremes e sprays

Muito comuns no dia a dia dos idosos são os estados de tristeza que roubam a vontade de viver, podendo levar à depressão. Muitos casos com essa queixa foram aliviados com rapidez mediante o uso das seguintes alternativas:

Tangerina Citrus reticulada var, tangerine, Manjerona – Origanumn majorana, Bergamota – Citrus bergamia. A forma de uso foi através de creme neutro com sinergia composta a 0.5% passado na região do cardíaco 2 x ao dia.

Creme contendo óleos essenciais de Vetiver – Vetiveria zizanioides, Lavanda – Lavandula officinalis e Cedro – Cedrus atlântica – para casos de insegurança ao caminhar e fortalecimento da autoconfiança na reabilitação. Uso foi de 2 a 3x ao dia nos pés e pernas. Massageando em especial as solas dos pés.

Creme ou spray  contendo Oe de Olibano – Boswellia carterii e Manjerona – Oreganum majorana considerados como símbolo do pai e da mãe para trazer conforto e aconchego aos idosos. Pode-se aplicar esse creme em qualquer área do corpo, mas especialmente no cardíaco. Sempre em uma emulsão neutra e leve a 05% de oes para oferecer o carinho necessário ao utilizá-lo.

Por fim, se você gostou do assunto, então saiba como a aromaterapia pode suavizar os sintomas da menopausa.

Sandra Spiri

Formada em Psicologia, atua como Psicoaromaterapeuta e Terapeuta Floral.

Fundadora da Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia (ABRAROMA) e do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa em Aromaterapia (INEPA), sendo responsável pela área educacional de treinamento profissional para o uso da aromaterapia tradicional e vibracional.

Pesquisadora e produtora do S.U.A.Vi – Sistema Único de Aromaterapia Vibracional, que visa abordar uma nova forma de ver e usar os óleos essenciais de uma maneira ecológica e sem contraindicações.

Pesquisadora e produtora do Sistema de Essências Florais da Vida, que visa atuar nos campos de consciência.

Proprietária e fundadora da empresa Vida Bothânica Indústria e Comercio de Produtos e Cosméticos Naturais Ltda.

Contatos

Email: sandraspiri@vidabothanica.com.br

www.vidabothanica.com.br  e www.sandrapiri.com.br