Heather – O floral da unificação

O ambiente também faz parte da informação impressa na água durante o preparo dos florais: o local onde a planta escolhe nascer fala muito sobre ela

Quando nós fazemos um remédio de flores [floral], especialmente quando estamos longe de casa, não há muito mais o que fazer a não ser sentar e esperar. Sentar e olhar para o céu, olhar para as flores, pensar e continuar sentado. Esta manhã o dia estava tão bonito. O céu estava intensamente azul e Heather com sua cor púrpura vibrante. O dia estava tão quente e gostoso. Ninguém mais estava lá, nenhuma outra pessoa por perto. Havia alguns pôneis selvagens, a ovelha sozinha, um casal de corvos ‘grasnando’ um para o outro. Lentamente, conforme eu fui me aquietando, a tranquilidade tornou-se imensa – o silêncio se ampliou pelos vales vazios abaixo; o lugar preencheu-se de ar quente e vibrante vivificado.

A alegria tranquila de estar ali era muito forte. Embora seja difícil descrever, eu senti que aquele era o remédio para a unificação. Eu senti uma presença que está por trás de todas as coisas individuais… como o espírito que está por trás de cada espécie. Há o espírito que está por trás de Heather ou de qualquer outra planta, animal ou inseto. Cada planta sabe como ser ela mesma, porque ela está conectada a este espírito.

As abelhas que estavam apinhadas nas flores de Heather sabiam como serem elas mesmas por causa do “espírito comum das abelhas”, do qual elas fazem parte. Elas voam vale abaixo atraídas pelo aroma de Heather, coletam o pólen e o néctar dos milhões de flores e, sem falhar, navegam de volta para casa. Elas conhecem seu propósito dentro deste espírito e o vivenciam. Mas há muitas outras vidas igualmente complexas e com seu propósito.

A aranha colocando suas teias; os insetos miúdos que rastejam, zunem e pairam; os mosquitos que se penduram como névoa suspensa sobre uma rocha, como se quisessem apontar nelas um significado. Há também os pássaros que circulam e gritam pelos ares, a cotovia movendo-se alto e explicitamente. Eles representam o espírito da liberdade que vive selvagem e distante.

Muitos de nós, eu acredito, conhecem essa experiência, essa alegria que podemos sentir num lugar como esse. Mas, ao mesmo tempo em que eu percebi que as plantas, os insetos e os pássaros estavam conectados aos seus próprios espíritos e conheciam sua natureza, eu percebi que os seres humanos, com frequência, não estavam. Parece que algumas pessoas fracassam em entrar em contato com este espírito em si mesmas e por isso sentem-se perdidas e confusas. Essa é a mensagem de Heather. O estado negativo de Heather é essa sensação de isolamento, de solidão, de ser incapaz de suportar o espaço intocado e aberto da alma.

Eu vi, então, que há realmente uma ‘substância mental universal’ que cada um de nós pode alcançar e da qual podemos fazer parte. Este é o espírito que jaz por trás ou dentro do ser humano. Para alcançar este espírito, a pessoa tem apenas que se mover em direção a ele e não se afastar. Ele carrega tudo dentro si. Ele sabia, via e era tudo. Ser parte disso é não estar mais sozinho. É o conforto e a benção da comunhão, de ser uno com toda a vida, separado, mas parte de uma criação unificada. É um pouco como voltar para casa, encontrar a família, saber que você não está sozinho porque você é amado. Sentado lá com Heather naquela manhã, eu senti que eu não era mais um estranho naquela terra, eu não estava mais separado e isolado, mas um no todo. Eu não queria partir. Eu sentei lá por três horas enquanto o remédio era feito e elas passaram como minutos, quentes, ricos e belos.

Trecho extraído do livro Remédios florais de Bach – Forma e Função, de Julian Barnard.

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