Florais e óleos essenciais: uma sinergia natural

Nesta entrevista, o terapeuta Zeca Catão esclarece como a terapia floral e a aromaterapia podem se unir para ampliar o cuidado com o Ser.

A vida é feita de encontros, você há de concordar. Eles se dão para nos enriquecer e transformar, como toda boa alquimia. Isso vale para o encontro entre duas pessoas, como também para aquele que aproxima as plantas dos seres humanos.

Zeca Catão, psicólogo, psicanalista e terapeuta floral.

Zeca Catão, psicólogo, psicanalista e terapeuta floral há mais de 30 anos, vibra com a possibilidade de casar os florais de Bach com os óleos essenciais. Duas medicinas naturais ofertadas pelo Reino Vegetal e que, unidas, ampliam o cuidado com o Ser. A seguir, ele fala sobre a sinergia dessas terapias integrativas e complementares tendo como base sua prática profissional.

O que os florais e os óleos essenciais têm em comum?

Antes de tudo, ambos são medicinas naturais. São feitos a partir de elementos da natureza e se propõem a melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas.

E em que diferem?

Os óleos essenciais acompanham a história da humanidade. São os primeiros perfumes que a humanidade conhece. Mas também são usados como medicina desde então. O primeiro destilador de óleo essencial foi encontrado na região dos Himalaias, onde hoje é o Paquistão. O artefato data de 3 mil anos. Os florais, por sua vez, são bem mais recentes. Entre as décadas de 1920 e 1930, Dr. Bach descobriu o primeiro sistema de florais.

Outra diferença importante: os óleos essenciais são altamente concentrados. Para se ter ideia, uma gota do óleo essencial equivale de 20 a 30 xicaras do chá daquela planta.  Por isso, é preciso fazer o uso adequado (Aprenda cinco formas de usar óleos essenciais). Eles possuem princípios ativos extraídos das plantas destiladas que provocam ações químicas sobre o corpo. A partir do momento em que você inala ou aplica um óleo essencial na pele, ele desencadeia a ação química para estimular a saúde. Já os florais são uma medicina vibracional e foram desenvolvidos para ser ingeridos mediante a diluição prescrita pelo Dr. Bach (Confira o curso Aprenda a Usar Florais de Bach).

As características vibracionais de elementos que estão nas plantas vão ressonar num campo muito mais sutil, menos físico, em comparação com os óleos essenciais.

De que forma eles podem trabalhar juntos?

Enquanto o floral pode ir pelo campo mais sutil, os óleos essenciais podem ir por aspectos mais concretos, físicos (Conheça os quatro pilares da aromaterapia). Em outras palavras, um é mais subjetivo; o outro, mais objetivo, como sugerem suas características. Eles podem tranquilamente ser usados juntos, como boa parte das medicinas complementares. Hoje ambos são bastante acessíveis.

Pode compartilhar algum caso em que a sinergia das duas terapias gerou benefícios significativos?

Problemas respiratórios. Asma, por exemplo. Existem óleos essenciais que são broncodilatadores e vão melhorar a qualidade da respiração em pessoas que, por alguma razão, estão com ela comprometida. Esse é o perfil físico desta doença. Também posso pensá-la do ponto de vista psicológico.

Uma pessoa que carrega uma asma pode estar com questões emocionais. O peito fechado, comprometido, do ponto de vista físico, mas também emocional. A sinergia entre as duas terapias pode ser muito interessante numa situação como esta.

Muitas vezes, as mudanças são sutis, mas efetivas, a ponto de a pessoa se surpreender com ela mesma. Você pode falar mais sobre os aspectos sutis dessas terapias?

Trabalho com medicinas naturais há mais de 30 anos. É muito interessante notar como, muitas vezes, prescrevo um tratamento e vou acompanhando o caso. Vejo a pessoa se modificando, mas as respostas das medicinas naturais, em geral, são muito orgânicas. De um orgânico para outro orgânico, ou seja, das plantas para o corpo humano. Então, às vezes, a pessoa vive mudanças muito interessantes, mas ela própria não se dá conta. Por exemplo, não percebe que está menos ansiosa, que a respiração melhorou, que está menos angustiada. Aí o terapeuta tem que mostrar para esse indivíduo essas mudanças significativas, porque a pessoa vivenciou aquilo de forma tão natural que nem ela se deu conta do tamanho da mudança que ocorreu nos seus sintomas e na sua vida.

Há algum tipo de contraindicação para o uso simultâneo dos florais e da aromaterapia?

Não há contraindicação, desde que a pessoa tome os devidos cuidados. Como disse anteriormente, os óleos essenciais são muito concentrados. Por isso, é preciso tomar certos cuidados na hora do uso, porque uns podem queimar a pele outros manchar por serem fotossensíveis, causar alergia ou irritar as mucosas nasal ou ocular. Se a pessoa fizer a autoprescrição, que é possível tanto no caso dos florais quanto no dos óleos essenciais, ela tem que tomar os devidos cuidados. Assim as duas terapias juntas, certamente, terão mais força.

Num mundo excessivamente tecnológico, os florais e a aromaterapia proporcionam a reconexão com as forças da natureza. Qual a importância desse resgate para a saúde física, mental e emocional nos dias de hoje?

A gente vai se afastando da natureza. Por exemplo: vejo alguns hotéis elegantes e empresas de turismo oferecendo pacotes de viagens com experiências que na casa da minha avó estavam presentes sempre. Cheiros, banhos e chás. Os spas hoje cobram caro para oferecer uma coisa que entra em acordo com a natureza humana, que é a natureza que nos foi dada nessa vida, isso é, todo o Reino Vegetal, que é nosso.

E o corpo humano, em sua sabedoria inata, reconhece essa ligação profunda….

É muito diferente para o corpo metabolizar algo que é sintetizado. A quebra dos sintéticos é sempre mais complexa, mais difícil para o corpo humano. Já a quebra de qualquer elemento da natureza, em geral, é muito mais orgânica, mais fácil, pois o corpo foi feito para realizar essas quebras. Quando inalamos um cheiro, trazemos moléculas daquele aroma para dentro do nariz. A partir do momento em que elas entram em contato com o corpo humano, terá que haver uma quebra desses elementos químicos naturais e o corpo vai se beneficiar desse encontro.

Em suma, é trazer o corpo para o encontro com a natureza. Isso é muito saudável. Nos chama para a nossa humanidade. E o corpo sempre responde muito bem.

Existem vários estudos sobre esse encontro, desde a pessoa estar com os pés descalços numa praia. Está comprovado o quanto isso é capaz de desestressar alguém. Quantos benefícios colhemos do encontro com a natureza. A vantagem é que os florais e a aromaterapia podem ser levados para qualquer lugar, para dentro de casa ou do escritório.

Trabalhando tantos anos com terapias integrativas e complementares aliadas à psicologia, você nota que as pessoas estão mais abertas aos processos de transformação internos e não apenas em tratar doenças?

Acho que isso é uma consequência natural. Quanto mais longe da natureza, mais doentes ficamos. As pessoas estão em busca de se tratar, curar doenças, mas esses encontros, em geral, são muito maiores. Não uso óleo essencial e vou ter só um efeito broncodilatador, como exemplifiquei anteriormente. Inalar algo que está me fazendo falta, fazer os brônquios fechados se expandirem, isso traz um bem-estar enorme. Ou seja, a pessoa terá muito mais oxigenação, vai pensar com mais clareza, vai dormir com mais qualidade. Esse encontro é naturalmente mais saudável e prazeroso. Por isso, as pessoas vão se abrindo naturalmente. Quanto mais doentes, mais entram em contato e vão em busca dessas respostas. As experiências são muito positivas e esse registro fica. A partir daí, as pessoas estão se abrindo cada vez mais.

O que o Reino Vegetal tem a nos ensinar de mais valioso?

O Reino Vegetal tem a ensinar sobre o Reino Animal, do qual fazemos parte. Esse encontro de Reinos nos localiza e dá muito sentido à vida humana. Estar vivo é estar em acordo com esses outros Reinos que nos cercam. Eles nos colocam no nosso lugar e nos fazem viver uma vida mais plena. Portanto, quanto maior a sintonia com as plantas, mais bem-estar vamos experimentar. Mais saúde, no sentido amplo da palavra.

Quer saber mais sobre os óleos essenciais? Então, confira as explicações de Sandrä Spíri, professora, Fundadora e Presidente da ABRAROMA – Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia.

Para se aprofundar, confira o curso Florais de Bach e Aromaterapia – Uso Prático, ou mergulhe na obra A Bíblia da Aromaterapia, de Gill Farrer-Halls (Editora Pensamento) .

Contato:

Zeca Catão (11) 99371-3355

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