O que estamos fazendo aqui?
“Todo ser humano nasce equipado para cuidar de si mesmo e em condições de contribuir para o bem estar do mundo… Alguns têm a oportunidade de explorar seu potencial, mas muitos nunca terão chance de ‘tirar da embalagem’ os dons com os quais nasceram.”
Esta frase é de Mohamad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e que, através da iniciativa de concessão de microcrédito a uma população ignorada pelo sistema, tirou milhões de pessoas da miséria em Bangladesh. Além de possibilitar a estas pessoas uma vida digna, a iniciativa de Yunus despertou nelas o empreendedorismo, uma possibilidade de:
“realizar ambições de algo importante na vida, adquirir experiência, aproveitar tudo o que for possível e viver plenamente”,
como dizia Dr. Bach, ao descrever a pessoa que necessita da essência Wild Oat.
Wild Oat é uma essência preparada a partir das flores de um capim que cresce em sebes, florestas e às margens de trilhas e caminhos. Ela foi preparada pela primeira vez em 1934 e foi a décima nona essência descoberta por Bach. Portanto, ao descobri-la, Dr. Bach estava na metade de seu caminho de descobertas e, muito provavelmente, não sabia disto.
Este floral encerra o Grupo dos Sete Auxiliares. Este segundo grupo de essências descobertas pelo Dr. Bach trabalha questões crônicas que desenvolvemos como respostas aos desafios da vida. Mas esta essência, ao contrário das 18 primeiras, “pode ser requerida por qualquer pessoa”, ou seja, em algum momento da vida nós nos desconectamos de nossa missão, sentimos um vazio, uma insatisfação e temos a necessidade de responder à questão ‘o que faço aqui?’.
No estado negativo de Wild Oat, a pessoa se perde entre todas as possibilidades que lhe são apresentadas. Semelhante ao capim, que dança ao sabor dos ventos, estas pessoas se lançam em diferentes direções, por não encontrar aquela opção alinhada ao seu propósito de vida. A dificuldade em encontrar sua verdadeira missão causa, nestas pessoas, um sentimento de ‘insatisfação e atraso’.
Em alguns momentos da vida, esta insatisfação se apresenta com mais intensidade: o jovem que não consegue decidir sobre sua carreira, uma pessoa que tem em mãos diferentes propostas profissionais, um recém aposentado que busca novas formas de interação com a sociedade… Dr. Bach citou ainda que este floral seria útil
“nos casos em que as outras plantas não respondem conforme o esperado, ou, quando parece difícil decidir qual remédio administrar…”
Portanto, no sistema Bach, esta essência indica um caminho e pode atuar como um catalisador numa fórmula floral.
A planta (Bromus ramosus) alcança até dois metros de altura, característica incomum aos capins. Esta planta gosta de solos úmidos e evita locais de muita exposição à luz solar. Depois do crescimento vertical, seu caule frágil e peludo pende para baixo em conseqüência do peso das espigas que abrigam as flores, num gesto que lembra a insatisfação citada por Dr. Bach. Curiosamente, a floração acontece no final de julho, atrasada em relação às demais, semelhante às pessoas que se encontram neste estado e têm dificuldades em responder à sua missão.
As flores se abrem por apenas duas horas e, depois da polinização, a floração termina. Julian Barnard, pesquisador e produtor dos florais de Bach Healingherbs, diz em seu livro Forma&Função, com previsão de lançamento no primeiro semestre de 2012, que esta floração rápida faz de Wild Oat
“um remédio difícil de ser preparado, pois a combinação de um clima adequado e uma floração completa não é fácil.”
Voltando à frase de Yunus, ela ilustra a preocupação que devemos ter em explorar ao máximo o potencial de cada ser humano, sob pena de vermos aumentar a insatisfação e busca constante por algo que, provavelmente se encontra dentro de cada um, fechado nesta embalagem que criamos ao redor de nós mesmos e que nos impede de realizar nosso propósito de vida. E neste momento perde o indivíduo, ao não se sentir alinhado com seu verdadeiro papel no mundo, e perde a humanidade, ao contar com um trabalhador a menos no seu processo evolutivo.
“E nosso próprio trabalho, quando o encontramos, nos pertence e se ajusta a nós, que o realizamos sem esforços…E é apenas quando estamos felizes (ou seja, ao obedecermos aos comandos de nossa alma) que fazemos nosso melhor trabalho.”
Julian Barnard diz que Wild Oat é uma essência muito importante e quando estamos no estado negativo, não entendemos como fazer este trabalho. Nós dizemos: “Eu quero fazer algo, mas eu não sei como. Eu estou perdido na floresta, porque eu não sei qual caminho tomar”. Ele se aplica a determinados estágios da vida, quando procuramos entender por que estamos vivos. Nestes momentos, precisamos analisar o que está em torno de nós, antes de procurar a solução para as dificuldades. A ignorância é o maior inimigo. Infelizmente, muitos nunca chegarão a este estágio e poucos irão além dele. A pessoa começa com muitos caminhos e termina sem nenhum.
A essência Wild Oat vem, então, nos ajudar no resgate de nosso caminho, para que possamos aproveitar a oportunidade de estarmos aqui e atuarmos de modo a ‘deixar este mundo um pouquinho melhor do que era antes de nossa visita’.
Bibliografia
YUNUS, M. Criando um Negócio Social: Como iniciativas economicamente viáveis podem solucionar os grandes problemas da sociedade. 1ª. Edição. São Paulo: Editora Campus, 2010. 127 p.
BARNARD, J. Form&Function: Bach Flower Remedies. 1a. Edição.Hereford: Five Seasons Press, 2002. 181 p.
BARNARD, J., BARNARD M., Las Plantas Sanadoras de Edward Bach. Hereford: Bath Press Colourbooks, 1999. 176 p.
BACH, E. Os remédios Florais do Dr. Bach 19ª. Edição, São Paulo: Pensamento, 2006.