Das flores que habitam em mim

Quando a pressa e o medo andam de mãos dadas

A pressa e o medo

Neste diálogo íntimo e reflexivo entre a protagonista e uma voz interior, Luciana Oliveira, aluna do curso Aprenda a Usar Florais de Bach Healingherbs, nos apresenta uma meditação sobre a urgência do tempo e o temor que ele frequentemente provoca. Ao explorar o dilema da pressa versus a necessidade de contemplação, a autora convida o leitor a reconsiderar suas próprias percepções sobre a vida e a passagem do tempo.

Para onde corres?

Não sei, só sei que preciso seguir, não há tempo a desperdiçar, a vida é um sopro e preciso fazer ainda muita coisa. Não tenho tempo para vírgulas e reticências. Mas tenho medo do ponto final.

Mas por que tão rápido?

Porque tenho pressa. Eu tento segurar os ponteiros do relógio, mas eles são tão rápidos que nem um gato poderia fazê-los parar.

Então a voz insiste:

Mas, querida, por que a pressa? Deixe que os ponteiros se acertem com o relógio até as pilhas acabarem e fazerem um buraco no tempo-espaço. Deixe que derretam.

É que sentir que o tempo urge e atropela minha calma (minha alma) me dá medo. É cumprir as tarefas, check, check, check, ok, ok, ok, inspirar o ar e expirar o medo.

A voz reflete e pergunta:

Então, além de pressa, também há temor?

Sim, muito, há medo de tudo. Há ranger de dentes. Há temor de não ter tempo suficiente para tudo que ainda quero criar e realizar. Há medo do futuro, medo das coisas do mundo, que além de veloz, pode ser cruel. Tenho medo de mim mesma quando estou correndo: é que, no fundo, sei que posso tropeçar e cair (e a espera seria ainda maior).

Então, a voz sussurra:

O tempo é nosso amigo: ele amadurece, ele também passa devagar ao respirar. É que a sabedoria se constrói com o tempo e precisamos dela para não temer o futuro. A verdade é que, se pararmos para pensar, não temos nada, só espírito e oxigênio. O presente é tudo que temos e não saber é tudo o que nos resta. A direção sobrepuja a velocidade. Deixe o rio seguir seu fluxo, o fluxo da vida.

É que eu não confio na vida. O fluxo somos nós que fazemos com o remo e o balançar do barco bordando o rio. É que não acredito no tempo: ele é sorrateiro, não empresta a borracha, não pára para a gente subir, sentar e apreciar a vista.

A voz completa:

As maiores criações da humanidade foram fruto da contemplação e do apreciar da vista.

É que se eu parar, eu sinto medo. Por isso, eu corro e me afogo nos meus próprios sapatos. Há terra até os cotovelos. E eu nem quero terra, eu quero água. Mas com essa pressa, se eu me inclinar, eu me afogo e não por ter me atirado à cachoeira, eu não tenho coragem suficiente para isso. Eu me afogo porque a chama da pressa me consome e, ao final da corrida, eu escorrego no rio. Só assim mergulho na vida, com o impulso do fogo, no meio das labaredas que consomem as minhas emoções. Mas eu deixo claro, eu sou água extravasando do copo e um espírito inquieto, sempre fui.

Então, a voz finaliza:

Apenas sente e observe as flores, coloque os pés descalços na água para que se fundam, deixe que o fluxo massageie esses pés cansados e inconsequentes, deixe que a correnteza te abrace. E preste atenção: se for lentamente, você bóia, se for rápido, se afoga. Não tenha medo, apenas confie: há algo muito maior do que você pode imaginar. Estamos todos com quem e onde deveríamos estar. Acredite no processo, sinta e viva o fluxo. Flutue.

Luciana Oliveira é terapeuta floral, ayurveda, jornalista e estudante de Nutrição. Apaixonada por sua família e eterna aprendiz da natureza, iniciou sua jornada com os Florais de Bach há mais de duas décadas, guiada por um chamado profundo de cuidar da alma. Hoje, une escuta sensível, saberes integrativos e intuição para acolher pessoas em busca de equilíbrio emocional, espiritual e físico, com leveza, respeito, compaixão e amor pelo processo de cura.

Atendimento On Line: whatsapp (43) 98856-2599.

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