Mais harmonia e saúde para as crianças

Conheça os pilares da terapia floral voltada para os pequenos e saiba como as essências podem ajudá-los em diversas situações, das mais corriqueiras às mais delicadas.

Mais harmonia para as crianças

Para uma criança crescer e se desenvolver, ela precisa se sentir capaz de lidar com as próprias emoções e desabrochar suas habilidades. Em tempos “normais”, muitos são os desafios encontrados nesse percurso; em períodos caóticos, os percalços se intensificam e podem desestabilizar profundamente os pequenos. Em ambos os cenários, felizmente, os Florais de Bach se apresentam como suportes valiosos para uma infância saudável. 

Dr. Bach assegurava que as essências afetam positivamente o bebê desde a vida intrauterina. Mas o que exatamente essas gotinhas abençoadas podem fazer pelas crianças no decorrer do seu desenvolvimento?

A seguir, a terapeuta floral Antonieta Bonifácio dos Reis esclarece as curiosidades e dúvidas mais comuns sobre a terapia floral voltada para o público infantil.

Como o Dr. Bach definia uma infância saudável?

No livro de autoria do Dr. Bach, Cura-te a ti mesmo, observam -se os pilares da liberdade, individualidade e compaixão. No capítulo Dar liberdade para ser livre, ele diz: “As crianças devem lembrar que o ofício da paternidade, como símbolo do poder criativo, é divino em sua missão, mas não exige qualquer restrição ao desenvolvimento ou qualquer obrigação que possa dificultar a vida e o trabalho que lhes é ditado por sua própria Alma.”.

E também: “A atitude dos pais deve ser a de dar ao recém-chegado toda a orientação espiritual, mental e física com o máximo de sua capacidade, sempre lembrando que o jovenzinho é uma alma individual que aqui veio para obter sua própria experiência e conhecimento e seguir seu próprio caminho de acordo com os ditames de seu Eu Superior. Deve-se lhe oferecer toda a liberdade possível para não prejudicar seu desenvolvimento”. Desse modo, a interpretação de não interferência no processo criativo e o amor são fundamentais para uma infância saudável.

De maneira geral, como ele compreendia o uso de florais pelas crianças? 

Nos doze curadores, sua obra mais importante, uma vez que, por conseguinte, vieram os auxiliares e os complementares, Bach descreveu, pelo gesto da planta, uma forma de reconhecer o gesto da pessoa, o remédio tipo, reconhecer a essência, a individualidade, talvez, e por que não, as  diferenças formas de inteligência. Um guia para observar através das plantas nossas potencialidades (virtudes opostas), bem como nossas “falhas”. Observo, atualmente, o quanto os doze curadores podem ajudar o ser humano, bem como pais e professores, no intuito de auxiliar a criança a aflorar suas potencialidades, seus recursos internos, bem como nos relacionamentos com outras crianças. Exemplificando: Uma criança pode ter dons para criar histórias, narrativas, fantasias, ser empática, sensível, pode ter facilidade em dons artísticos, e se sentir envergonhada, tímida, por não ter um raciocínio tão rápido em habilidades matemáticas como seu irmão. Como consequência, ela pode sofrer esta interferência como um conflito interno por não se sentir tão boa quanto o outro.

A partir de que idade é recomendável? Há alguma contraindicação ou ressalva?

Não há restrições de idade. Um bebê poderia ser beneficiado nas suas várias etapas de adaptação e desenvolvimento onde há conflito. Do medo da água na hora do banho às adaptações digestivas nos primeiros meses do recém-nascido. Ou mesmo em situações de nascimento, como no primeiro banho, para aliviar o impacto de se deixar o ambiente uterino e a vinda para um local como uma maternidade, a luminosidade, o barulho, enfim, o impacto energético que é o nascimento. A dúvida principal diz respeito à presença do conservante que existe na fórmula dos florais de Bach.  De acordo com esclarecimentos e informações atuais, não há nenhuma restrição ou efeito colateral. Trata-se de informações passivas e amorosas da natureza.

Existe alguma diferença na indicação de florais para adultos e crianças? Qual a frequência indicada?

Na composição dos florais de Bach, quimicamente, não há princípio ativo, apenas informação energética da planta ou mesmo da água (no caso da essência Rock Water). A frequência é a mesma baseada na indicação do Dr. Bach: 4 gotas, 4 vezes ao dia. Quando a criança vai à escola e não pode tomar, encontraremos uma maneira flexível para a presença dos florais na rotina dela, como 8 gotas, 2 vezes ao dia.

Uma vez que os pequenos são suscetíveis aos estados emocionais dos pais ou responsáveis, o ideal é que ambos façam uso dos florais conjuntamente? 

Muitos são os trabalhos que citam a relação do vínculo dos cuidadores com as emoções na criança, o que poderia levar à somatização no seu corpo físico. Exemplificando: Um excesso de controle e preocupação por parte da mãe pode desencadear estados emocionais de medos, desarranjos intestinais, dificuldade no sono, principalmente no desenvolvimento da primeira infância, fase em que os pequenos costumam ser uma verdadeira antena parabólica a capturar as influências emocionais dos pais. Uma vez que os florais de Bach atuam no autoconhecimento, estes poderiam fazer, com base em suas observações, escolhas mais saudáveis de relacionamento com a criança.

Como se dá a relação entre o terapeuta floral, os pais ou responsáveis e a criança? O que precisa ser contemplado nessa relação terapêutica para que o tratamento frutifique?

Disponibilidade afetiva em primeiro lugar. A escuta e o saber fazer perguntas, no intuito de procurar o conflito emocional, o floral ou florais mais adequados, bem como o encorajamento, a esperança, o não julgamento, a verdade em querer auxiliar e estar no momento presente são habilidades atreladas ao sucesso do tratamento floral, juntamente com a intenção da participação dos pais no processo. Tudo isso é o que estabelece o bom “rapport” entre a tríade família, terapeuta e criança. Como uma pirâmide, no ápice estaria a criança, e a base seria, de um lado, os pais e, do outro, o terapeuta. 

Que recursos você utiliza na clínica com bons resultados?

Acolhimento com ambiente infantil, mesinhas com lápis de cores, espaço colorido onde a criança se sinta acolhida e motivada. Também faço uso de cards de florais de Bach e mandalas para pintar. Peço à criança que me conte uma história através de desenhos, quando estabelecido um vínculo. Também trabalho com interpretações dos sentimentos através das cores, imagens, personagens que podem levar a um auxílio do repertório emocional da criança. No decorrer do tratamento, o uso de mandalas dos florais, como forma de explicar o que são as essências e o envolvimento da criança com elas, tem se mostrado eficaz. Muitos até lembram os pais sobre a hora de tomar.

Em tempos desafiadores como o que estamos atravessando, as crianças estão sendo muito afetadas e apresentando sintomas diversos. O Five Flower, para situações emergenciais, também pode beneficiá-las?

Sim, principalmente em relação ao isolamento, à própria falta de conexão com outras crianças, que não estão podendo se reunir para brincadeiras, às perdas de entes queridos, à dúvida e adaptações com relação ao ensino à distância. O remédio emergencial do Dr. Bach também é bem-vindo em casos de somatização, como o aumento de maus hábitos levando à onicofagia (hábito de roer as unhas), bruxismo, sobrepeso, além da dificuldade de sono, medo, agitações. Ele poderia ser administrado como um momento circunstancial, em que o estresse possa ser uma alavanca para possíveis condições emocionais mais profundas e duradouras. Mas também podemos pensar, juntamente com o Five Flower, a elaboração de fórmulas pessoais com adição de outras essências.

No dia a dia comum, fora do contexto de pandemia, quais são as situações mais recorrentes em que os florais auxiliam as crianças?

Criança com dificuldade de ficar longe da mãe, como ir para creche ou escola ou mesmo para a casa de parente; dificuldade de aprendizagem; ciúmes entre irmãos; tristeza profunda quando perde um animalzinho; criança que se atira no chão, choros persistentes, birras; fases de transições, como tirar a chupeta e mamadeira, uso do urinol e época do vaso infantil; troca dentária em crianças com dificuldade de aceitar o  crescimento; dificuldade de fala e de elaborar frases como coadjuvante em fonoaudiologia; medo e fobias em tratamento odontológico.

Com base na sua experiência com crianças com necessidades especiais, os florais costumam ser benéficos em quais quadros ou situações? 

A dificuldade em sair de casa para a escola, principalmente no espectro autista. Muitos pais relatam que melhoram muito com relação ao medo do desconhecido em sair de casa; socialização; auxílio para desenvolvimento de novas habilidades, seja em uma sessão de fisioterapia, fono ou em terapia ocupacional, principalmente em crianças com dificuldades motoras, as quais podem sentir medo de sair da cadeira de rodas e ir para uma maca, por exemplo; dificuldade de dormir, principalmente em crianças com quadro de hiperatividade; crianças com encefalopatia crônica não progressiva infantil; diminuição da tensão e do ranger dos dentes. Muitos pais me procuravam por dificuldade de abrir a boca do filho no momento da escovação. Juntamente com florais, para diminuir a tensão e outras técnicas, a manobra se tornava menos exaustiva por parte dos cuidadores. Há ainda as estereotipias, como o movimento da cabeça ou das mãos de forma rítmica e persistente, e a automutilação ao se morder e bater a cabeça, todos amenizados com os florais.

Pais ou responsáveis que oferecem florais a filhos pequenos estão contribuindo desde cedo para a educação emocional deles? 

É importante compreender que os florais não são “amuletos”. A própria filosofia deles, através de Edward Bach, é uma ferramenta no processo do autoconhecimento. Percebo que, ao tomar florais, os pais começam a ser observadores de suas emoções e sentimentos, podendo, dessa forma, conduzir o processo criativo de troca com a criança de maneira mais saudável. Se uma criança cresce em um ambiente saudável e feliz e se ela está bem, não vejo necessidade de se administrar florais de Bach. Considero que certa quantidade de ansiedades e angústias ao crescer faz-se necessária ao desenvolvimento da criança. A própria dor do crescimento em idade infantil é prova salutar disso. Mas as perguntas-chave são: Existe conflito neste lar? E como ele interfere no processo criativo do meu filho?

O que a própria criança, sua família e a comunidade ganham com isso?

Vamos exemplificar através de uma planta. Uma planta dentro de um vaso que vai para dentro de uma casa necessita de água, terra, adubação e iluminação. Mas, às vezes, ela tem tudo e não consegue se desenvolver, não fica vistosa, com suas folhas verdes, brotando outras. Percebendo isso, a pessoa pode perguntar: O que está acontecendo? O que falta? E, neste instante, tomada por um impulso, insight ou intuição, mudar o vaso de lugar, onde terá uma maior luminosidade ou até mesmo um pouco mais de sombra. Neste lugar, ela passa a se desenvolver e ficar vistosa. Agora, ela está pertencente àquele lugar. E você feliz ao ver que a característica da planta de escolher onde melhor ficar foi respeitada. Assim são os florais de Bach na infância, ancorados na possibilidade de cada ser ter a liberdade de desenvolver suas características individuais, de potencializar seus recursos internos, falar sobre seus sentimentos, se sentir bem onde possa escolher. Quando crescidas, essas crianças poderão se tornar adultos que sabem que podem realmente decidir como adultos e não como crianças mal resolvidas, querendo amor, aceitação, apreciação e afeto do mundo e das suas relações com outras crianças feridas.

“…cada alma encarnada está aqui com o propósito específico de adquirir experiência e compreensão, e aperfeiçoar sua personalidade, de acordo com os ideais determinados pela por ela.” (Dr. Bach)


Para saber mais sobre a aplicação de florais na infância, leia também a matéria: Bem-estar para as nossas crianças.

Antonieta Bonifácio – facilitadora em Goiânia desde 2013

Antonieta Bonifácio dos Reis
Cirurgiã Dentista pela Universidade Federal de Goiás.
Especialista em pacientes com necessidades especiais.
Docente em Acupuntura pela IPGU- Uberlândia.
Facilitadora pela Healingherbs, Inglaterra, em cursos de Florais de Bach.

Contato
(62) 8259-0440

tags
Para o topo