A consciência além do humano

Uma reflexão sobre o conceito de consciência: como interpretar as reações de plantas e animais ao seu entorno.

A consciência além do humano

A ideia de que a consciência não se limita apenas aos seres humanos é fascinante! Ao analisar as interações dos animais e das plantas com o seu entorno, descobrimos que ela pode se manifestar de maneiras surpreendentes na natureza. A reflexão sobre o trabalho de pesquisadores como Sir Jagadis Chunder Bose e Edward Bach nos leva a questionar a visão tradicional da consciência, abrindo espaço para uma compreensão mais ampla e profunda da vida que nos rodeia.

Muito interessante que ao falar de consciência o dicionário a explique como algo concernente apenas a seres humanos.  Logicamente, animais superiores, como nos consideramos, tudo nos leva a crer que apenas nós temos capacidade de compreensão, de discernimento, de perceber o que é certo e errado, o que se passa ao nosso redor.

Porém, os animais, com certeza têm consciência. Eles interagem com o entorno de uma forma que sugere uma espécie de senso do que podem ou não fazer, de como devem defender-se, uma certa prudência, que parece uma forma de consciência. Das plantas podemos falar o mesmo. Quando estão para ser cortadas, emitem sons assemelhados a lamentos. Quando submetidas a músicas que enlevam, se movimentam de forma suave. As plantas possuem consciência, ou um tipo de consciência que lhes permite perceber o que lhes está para acontecer (quando serão feridas) ou de serem passíveis de intervenções através da música ou de boas palavras.

Sir Jagadis Chunder Bose, do Instituto Bose de Calcutá, registrou plantas sob estímulo e descobriu que elas reagem ante o pensamento humano. Goethe fez um magnífico trabalho sobre as plantas em sua “Metamorfose das Plantas” onde dizia que poderia existir um outro modo de considerar a natureza, como coisa atuante e vivente.

Edward Bach sistematizou flores em meados do século XX. Sofreu todos os reveses de alguém que vivera em uma época em que a ciência tradicional começava a entrar em crise. Uma nova forma de posicionar a vida e o homem estava se apresentando em que se questionava o caráter mecânico do universo. À premissa de causa e efeito se contrapõe a ideia de que tudo é energia, tudo vibra e tudo tem consciência. Bach elenca trinta e sete flores a partir de muita pesquisa, muito experimento e também muita intuição- algo que não lhe faltava.

Partindo do pressuposto de que tudo tem consciência podemos compreender como funcionam essas essências florais. Tendo em vista que as flores são a parte mais nobre da planta, elas são capazes de reequilibrar os estados mentais e as emoções na medida em que vibram as virtudes que por sua vez ressoam com a parte saudável que já existe em nós, mas que está obliterada. Metaforicamente é como se introduzíssemos o Divino para acordar o Divino que já habita em nós. É consciência do equilibrado batendo à porta da consciência esquecida em nós.

Mariza Ruiz

Mariza Ruiz é escritora, contoterapeuta e terapeuta floral.

É também autora do do livro Florais de Bach: da teoria à prática.

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